segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De Graham Bell a Steve Jobs: A evolução da telefonia

Mobilidade do celular revoluciona o mercado telefônico


Por Rafaela Lima

Liberdade, praticidade e mobilidade. Essas são as principais características do aparelho celular, invenção tecnológica que revolucionou a telefonia desde sua existência. Completando 25 anos de existência no Brasil, o aparelho celular não só implica dizer que se pode ligar de qualquer lugar, mas também, pode-se conectar a internet de qualquer lugar. Hoje em dia, as funções dos aparelhos são tantas, que a função de ligar fica apagada pelas outras. Somos tomados por funções como tirar e editar fotografias, acessar a internet, checar e-mails, editar documentos e até ouvir música como um mp3.

Evolução
Os celulares evoluíram bastante em seus modelos desde a sua criação. O primeiro modelo foi lançado pela Motorola, em 1983, e foi batizado como DynaTAC 8000X. O modelo tinha 30cm e pesava 1kg. Completamente diferente do hit do momento Iphone, modelo revolucionário da Apple, que tem tela touchpad e inúmeras funções de uso, além das já convencionais. No Brasil, a comunicação móvel só passou a funcionar em dezembro de 1990, no Rio de Janeiro.


Os primeiros aparelhos celulares só armazenavam 30 números de telefones e geralmente eram carregados nos carros, já que era muito pesado para ser carregado nas mãos. Suas baterias permitiam uma hora de conversação.

Em 1993, a IBM revolucionou o mercado da época e trouxe o Bell South/IBM Simon Personal Communicator, primeiro aparelho a integrar as funções de um telefone celular com PDA. Possuía calculadora, agenda telefônica, calendário, fax e um dispositivo de e-mails. Também, pesava apenas 500 gramas, muito mais leve do que os primeiros aparelhos vendidos pela Nokia, hoje líder neste segmento.


No fim dos anos 90, os aparelhos celulares começaram a ficar mais bonitos. Modelos como os Nokia 6160 e 8260, começaram a juntar serviço e beleza, trazendo aparelhos coloridos e com toques diferentes. A partir daí, o aparelho só evoluiu. Toques polifônicos e em mp3, câmeras de ultima geração integradas, serviço de e-mail e outras facilidades tornaram o celular um aparelho indispensável na vida do homem moderno.





Necessidade
Além de ser sinônimo de praticidade, o celular também significa necessidade. È muito comum ver pessoas se desfazendo do seu telefone fixo para ficarem com um, dois, ou até três aparelhos celulares, já que a necessidade de mobilidade é maior que ter um telefone fixo esperando por eles em casa.

Os usuários da telefonia preferem comprar vários aparelhos para aproveitar as promoções das operadoras de telefonia móvel. A operadora Oi, por exemplo, surgiu no mercado com a promoção que deixa os usuários falarem de graça nos finais de semana pelo período de 31 anos e teve uma adesão fora de controle pela operadora, que não imaginava que a promoção fosse tomar a magnitude que tomou. Houve uma época em que corria rumores de que a operadora iria cancelar a promoção, visto que seus usuários davam ‘prejuízo’ a eles falando desregradamente nos finais de semana. A TIM, que também possuiu o seu auge com a promoção de R$0,07 por minuto, atualmente resolveu aderir à moda dos bônus e dá até 400 reais para os seus clientes conversarem a qualquer momento, não só nos finais de semana. Os usuários abusam de promoções como essas e, com isso, economizam e movimentam o mercado ao mesmo tempo.
O engenheiro civil Luiz Roberto Lima, 54 anos, tem 3 celulares, com aparelhos simples. “Facilita muito a minha vida, pois viajo muito e alguns deles não funcionam em determinadas cidades, mas funcionam em outras, e assim por diante”, diz o engenheiro, que tem aparelhos simples, pois diz não saber usar tantas funções ao mesmo tempo. “Fico vendo meus filhos, que também tem dois aparelhos, mas que são cheios de funções e vivem com músicas e fotos diferentes no celular. Eu não preciso disso, só preciso ligar”, diz Luiz.

Alguns psicólogos têm estudado as influências e as transformações de comportamento dos adolescentes por causa da dependência que o celular vem causando nos jovens. A estudante de psicologia, Natália Coelho, diz que os celulares funcionam no cérebro dos adolescentes igual ao vídeo-game e ao computador. “Por isso os adolescentes se apegam tão fácil, mas também depende do sexo, já que a liberação de hormônios liberada no cérebro vai ser diferente em cada caso”, afirma Natália. “os meninos, por exemplo, tendem a gostar mais do vídeo game, pois estes liberam mais adrenalina, Já nas meninas, o efeito não é o mesmo. Percebe-se bem isto comparando a conta no final do mês: a conta das meninas sempre é mais cara, pois, para elas, é mais excitante ficarem antenadas nas amigas pelo telefone”, explica.



A adolescente Letícia Fecury, 16 anos, foi a primeira a ter um Iphone na escola em que ela estuda, em São Luís do Maranhão. Na época que o comprou, o celular nem tinha no Brasil pra vender, ainda. O pai de Letícia trouxe para a filha dos Estados Unidos, de presente e ela adorou. “Eu queria ter um, achei tão bonito, tão inovador... na época era novidade, não tinha nem no Brasil ainda. Uso quase todas as funções. Não uso o Youtube e nem o e-mail, mas o resto, uso tudo”, declara a estudante.


Mania sem fronteiras
O celular completa 25 anos de existência no Brasil e já quase ultrapassamos 60 milhões de usuários cadastrados nas quatro principais operadoras existentes no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, 74% dos jovens possuem aparelhos celulares, e cada vez mais jovens. Também, o celular é considerado uma tecnologia descartável hoje em dia, já que trocamos de aparelho anualmente, no mínimo. A necessidade de comunicação e a globalização influenciaram muito neste processo de transformação. Antigamente, levavam-se dias para comunicar qualquer tipo de notícia a qualquer destino que fosse, já que o mundo não contava com tantos recursos tecnológicos como hoje. Agora, é necessário apenas um toque no display e você liga do Brasil para a China, por exemplo. O telefone, juntamente com a evolução da internet, revolucionou o jeito que o mundo se comunica e que as notícias acontecem, já que tudo se tornou globalizado com o passar dos anos.

O engenheiro mecânico Bruno Ribeiro, 25 anos, usa três aparelhos celulares e diz que não pensa em diminuir pelo menos um mudando para um celular mp9, por exemplo, que pega dois chips simultaneamente. “Até onde eu sei, a tecnologia de aparelhos desse tipo não está consolidada e a dor de cabeça com esse tipo de produto é maior do que andar com três aparelhos no bolso”, desabafa ele, que trabalha com pessoas de diferentes estados, por isso a necessidade de tantos números. “Só uso como despertador, mando e recebo mensagens de texto e ligo. Mas do que isso, não”, declara Bruno.


Já o estudante Victor Rolim, de 23 anos, tem dois celulares para não perder as promoções do mercado. “Todo mundo tinha um celular dessa operadora e ficava mais barato falar com meus amigos”, afirma ele.


A portabilidade trará vantagens para o consumidor. Agora, é possível manter o mesmo número de telefone e trocar de operadora, o que facilitará a vida de empresários e clientes que querem trocar de operadora e economizar, aproveitando as promoções e movimentando ainda mais o mercado.