sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Comunidades quilombolas de Alcântara-MA comemoram o reconhecimento e delimitação de seus territórios

A comemoração pelo Dia da Consciência Negra, festejado no dia 20 de novembro, será especial para os quilombolas do município de Alcântara-MA. Após anos de espera, o Governo Federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), reconheceu e delimitou o território destas comunidades.

Essa garantia foi dada a partir do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), que foi publicado no Diário Oficial da União, no dia quatro de novembro deste ano.

Ao todo, 106 comunidades foram reconhecidas como Território de Remanescentes de Quilombos, beneficiando cerca de 3.500 famílias que já residiam na área e agora vão continuar vivendo nas terras que pertenceram a seus ancestrais.

“Estávamos com uma expectativa muito grande para essa decisão. A minha família é herdeira da senhora Laurência e essa terra que moramos (Santo Inácio) é uma herança que veio do branco para a filha escrava. Agora é uma alegria a gente ver o trabalho publicado”, contou entusiasmado o quilombola Pedro Francisco Coelho, morador do povoado de Santo Inácio.

Reconhecimento do Território Quilombola de Alcântara garante acesso às políticas públicas diferenciadas

Por Flávia Almeida e Danielle Lobato
A notícia do reconhecimento e delimitação do Território Quilombola de Alcântara foi comemorada com alegria no município. Os trabalhadores rurais quilombolas e o poder público municipal estão com grandes expectativas para que o processo seja concluído o mais breve possível e as comunidades passem ser beneficiadas com as políticas públicas direcionadas para as suas necessidades.

A atual prefeita de Alcântara, Heloísa Leitão, considerou a decisão positiva para o município. “Alcântara carecia dessa decisão porque, inclusive nós, enquanto poder público encontrávamos muita dificuldade para realizar qualquer investimento em áreas quilombolas por conta da falta de titularidade da área”, ressaltou.
O município de Alcântara tem 21.349 habitantes, em uma área de mais de 148,3 mil hectares. O RTID publicado no D.O.U destina 78,1 mil hectares do município às comunidades quilombolas, o que equivale a aproximadamente 53 % da área do município.
“Em Alcântara é melhor dizer o que não é quilombola. As comunidades quilombolas que integram o nosso município são a nossa riqueza e das quais não abrimos mão”, frisou Heloísa.
Com a questão da titularidade das terras quilombolas definida, fica mais fácil para o poder público implementar políticas públicas para essas comunidades e conseguir novos investimentos, como a realização de convênios com o governo federal e estadual.
Expectativas
Para o quilombola Pedro Coelho, morador do povoado Santo Inácio, onde residem 45 famílias que vivem basicamente da agricultura e da pesca, ambas de subsistência, o reconhecimento das comunidades foi uma alegria. “Nosso povoado tem poucas condições. Só duas casas são de alvenaria e o restante é de taipa. Esperamos que esse processo possa se concluir e chegar logo esses benefícios para a comunidade que é muito carente”, explicou.
A partir do reconhecimento das comunidades, as famílias passam a ter direito a acessar os mesmos créditos concedidos pelo Incra aos beneficiários da reforma agrária.

Projeto Cyclone 4 é suspenso em áreas quilombolas

Por Flávia Almeida e Danielle Lobato
O reconhecimento das comunidades quilombolas de Alcântara também coloca um fim no conflito, que se arrastava por mais de 25 anos, entre os quilombolas e o Centro de Lançamento de Foguetes.
Desde a década de 80, quando a Base de Lançamento foi instalada e 312 famílias foram reassentadas em sete agrovilas, a situação de tensão continuava latente.
“Todo investimento que venha para o nosso município é bem vindo, desde que respeite a autonomia dos nossos munícipes e respeite principalmente o direito das nossas comunidades”, enfatizou a prefeita de Alcântara.
A implantação do projeto Cyclone 4 nas áreas das comunidades quilombolas de Mamuna e Baracatatiua, que foi cogitado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pela Empresa Binacional Alcântara Cyclone Soace (ACS), foi suspensa pelo Ministério Público Federal. Se o Programa Espacial Brasileiro precisar ser ampliado, ele agora deverá fazê-lo dentro da área já disponível para o CLA (9,1 mil ha), não podendo ultrapassar seus limites.
Direito Garantido
“O que foi feito agora foi uma reorganização a partir daquilo que nós estávamos defendendo, ou seja, que a expansão fosse feita dentro da área que já pertence ao CLA. O Brasil analisou, verificou que isso era possível e homologou que não haverá incidência nas terras dos quilombos. Agora será respeitado o direito dos quilombolas. Se no futuro os quilombolas quiserem negociar, isso é uma questão que fica a cargo deles”, esclareceu o militante do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (MABE), Sérvulo de Jesus Moraes Borges.
No início do projeto a área cedida para a instalação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) era de 52 mil hectares. Onze anos depois, a área aumentou para 62 mil hectares, o que ocupava quase 42% da área do município. Com a publicação do RTID, o CLA teve sua área definida em 9,1 mil hectares.

Movimentos Sociais comemoram conquista histórica dos quilombolas de Alcântara

Por Flávia Almeida e Danielle Lobato
A resistência e a luta das comunidades quilombolas de Alcântara se fez pela união de diversos movimentos sociais e sindicais que não exitaram em apelar até para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington D.C, nos Estados Unidos. O reconhecimento dessas comunidades tem para eles um valor histórico incontestável.
O militante do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (MABE), Sérvulo de Jesus Moraes Borges, afirma que esse é momento é de vitória tanto para a sociedade civil quanto para o governo. “É importante não só para Alcântara, é importante para o processo nacional. Temos muitos processos travados que necessitam de ações concretas para serem resolvidos. Foi um passo importante dado pelo presidente Lula”, admitiu.
Para o quilombola Leonardo dos Anjos, morador da comunidade Brito e que representou os demais quilombolas em uma audiência na Convenção Interamericana dos Direitos Humanos, em Washington, essa conquista traz uma certa tranqüilidade após anos de luta. “É importante ter o título da terra em mãos, porque é uma garantia que a terra é nossa de fato e de direito.É o cumprimento do que diz a Constituição Federal e a Convenção 169”, explicou.
Já o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Alcântara, vereador e morador do povoado de Baixa Grande, Samuel Araújo Moraes, afirmou que o STTR nunca foi contra o projeto do CLA e sim contra a maneira como ele foi implantado, porque a perda maior foi para as comunidades negras.
Segundo o gestor de comunidades tradicionais da Secretaria de Estado da Igualdade Racial do Maranhão, Ivo Fonseca, o reconhecimento do território quilombola de Alcântara veio num momento favorável para o movimento negro.
Ivo, que durante muitos anos foi o coordenador da Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ), destacou que depois da titulação das terras o governo federal precisa avançar nas políticas públicas voltadas para as comunidades quilombolas.

Andamento do processo de titulação do território quilombola de Alcântara ainda pode demorar

Por Flávia Almeida e Danielle Lobato

Após a publicação do Relatório Técnico de Identificação de Delimitação (RTID) do Território Quilombola de Alcântara o processo passa para a fase de contestação do RTID, ou seja, o Incra-MA notificará os ocupantes das áreas, que terão 90 dias para as contestações.

A próxima etapa é a publicação da Portaria de Reconhecimento. Em seguida, serão realizadas as vistorias de avaliação dos imóveis incidentes no território para depois ser publicado o Decreto de Desapropriação do território.

Após a publicação do Decreto de Desapropriação do território, será realizada a demarcação da área, com posterior expedição do título definitivo. Por último será feito o registro no cartório do título em nome da comunidade.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Superintendência Regional do Incra no Maranhão, Ivan Guimarães, que acompanha desde o início a questão dos quilombolas em Alcântara, o título definitivo será coletivo.

“O título será expedido em nome de uma única associação, sendo que, o referido título será inalienável, imprescritível, indivisível e impenhorável”, explicou Ivan.

Valor ou necessidade faz aumentar a procura por auto-escolas em são Luís

Por Jauber Pereira
A partir do dia 1º de Janeiro de 2008, vai entrar em vigor as novas regras para quem deseja tirar a primeira habilitação. A medida foi adotada pelo órgão superior, CONTRN - Conselho Nacional de Trânsito, em decorrência dos constantes acidentes envolvendo, principalmente, motociclistas. Com isso, houve um aumento de 80% pala procura do documento nas auto-escolas de São Luis. Uns alegam necessidade de mercado outros os custos atuais. ”Motivo que pode provocar escassez no setor”, afirma Madison (áudio), instrutor da auto-escola Renascer.
Leia mais sobre a nova resolução das leis de trânsito
Acompanhe a entrevista com o Diretor Operacional do DETRAN

E para saber mais, visite o site www.denatran.gov.br

Mudanças no CTB busca prevenir acidentes em condutores de motocicletas

Por Jauber Pereira
A resolução N°285 de 29 de Junho de 2008, prevê uma alteração complementar em forma de anexo sobre a lei nº168, de 14 de Dezembro de 2004, que trata dos cursos para habilitação de condutores de veículos automotores. Esta resolução foi aprovada depois que as estatísticas mostraram um aumento no número de acidentes envolvendo veículos de duas rodas em todo o país. As mudanças vão acontecer nos cursos teóricos, com a carga horária aumentando de 30 para 45h /aulas e na prática, que vai de 15 para 20h /aulas. Além das disciplinas estudadas para a prova teórica que serão sete, o que antes era cinco, com a inclusão dos módulos: cuidados especiais com motociclistas e as conseqüências sobre a ingestão de bebidas alcoólicas.

Outra mudança será o tráfego para motociclistas que não vai ser mais só em pista específica, mas também na rua, tanto como para automóveis, o que estaria sendo motivo de preocupação para os instrutores de trânsito. Mas já existe uma estratégia para solucionar o problema com o uso de um dispositivo que será acionado pelo professor de trânsito na parte traseira do veículo. Segundo o diretor operacional do DETRAN, Pádua Anazareno, a experiência deu certo em Santa Catarina e aqui no estado vai ser analisado e depois de aprovado será encaminhado às auto-escolas e exigido um prazo para a adaptação do equipamento.

Pádua afirma ainda que se não for concretizado esse projeto, tanto as aulas de trânsito como também os exames práticos serão efetuados em veículos distintos dos aprendizes para garantir a segurança dos profissionais e deixar os alunos mais tranqüilos.

“Com motoristas mais capacitados, sem dúvida, o trânsito ficará mais tranqüilo” esse foi o desabafo de um dos nossos entrevistados sobre o assunto. Uma pesquisa realizada em São Luís constatou que 90 % dos pedestres acreditam que essa nova resolução vai reduzir os acidentes na capital. E de acordo com um levantamento do DETRAN, os homens são as maiores vítimas do trânsito no Maranhão.
Auto-escolas cheias

Pista de treino para motociclista

Números de acidentes em 2007 e 2008

Acidentes com vítimas fatais
2007 = 26 2008= 22 Saldo 15% de redução

Acidentes com vítimas não fatais
2007=851 e 2008=503 Saldo 41% de redução

Sexo masculino

2007 = 22 2008 = 28 Aumento de 18 % de Aumento

Feminino
2007 = 4 2008 = 7 Aumento de 75%

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PAI-NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS!

A oração mais famosa do mundo faz cada vez mais parte do dia-a-dia das salas de aula da rede de escolas públicas do país

Por Kaysterly de Oliveira

Imaginar aulas de Ensino Religioso onde as crianças e pais de alunos a aceitem como disciplina característica da escola é comum para um colégio católico. Porém, será que a mesma disciplina de exercício facultativo em escolas particulares vem sendo aceita como ensino obrigatório e preciso na rede pública de ensino?

Cristina, mãe de Caio, 7 anos e André, 8 anos, faz questão de deixar os filhos na escola para assistirem e quando voltam para casa, procura assimilar o conhecimento que os filhos adquiriram em sala de aula, instruindo-os sobre a comunhão e o respeito mútuo. “Acredito que a base dos valores éticos e do conhecimento religioso começa em casa, com a família, a escola apenas complementa esse conhecimento”, afirma Cristina.

O ensino Religioso nas escolas estaduais e municipais é uma exigência da Constituição Federal de 1988 que foi regulamentada em 1996 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Para que a criança viesse adquirir valores morais e éticos, o princípio da educação do ensino religioso é o principal responsável pela criação e desenvolvimento do indivíduo na sociedade. Hoje a prática desta modalidade de ensino na grade curricular recebe verbas do estado.

Em São Luís, a escola Nice Lobão – CINTRA é uma das inúmeras escolas da cidade onde a disciplina é aceita de forma proveitosa pelos alunos. “Logo na chegada dos alunos de 1ª a 4ª série à sala de aula, todos sentam e rezam o Pai-Nosso satisfatoriamente, virou rotina”, afirma a professora de Ensino Religioso Luzimar de Sousa Mendonça que garante que nunca ouviu reclamação dos pais de alunos sobre as aulas. Afirma ainda, que essa prática de ensino deve ser impessoal. Suas aulas tratam da existência de Deus, de temas sociais e sobre o amor e nunca se deve convencer a criança que uma religião é melhor do que outra. “Nunca houve problemas acerca das variedades religiosas dos alunos, uma vez que ensinar religiosamente não é catequizar”, acrescenta a professora.

A diversidade de credos religiosos existentes no país, de acordo com o IBGE soma 43 denominações que se dividem em católicos, evangélicos e outras crenças. A maior representação no país é a religião católica. Onde 93% dos brasileiros consideram-se religiosos de acordo com a última pesquisa.

Para o frei José Luís Leitão, diretor do Instituto de Estudos Superiores do Maranhão-IESMA, o princípio da existência de um estado laico (sem religião) é maléfico para a sociedade, uma vez que nenhum ser humano pode viver sem pertencer a uma religião. No Brasil, mesmo com a variedade religiosa, as pessoas se consideram cristãs. Para ele, cabe à família instruir a criança a construir valores morais e éticos, a exercer a espiritualidade. “Os pais devem educar os filhos para uma sensibilidade religiosa e para uma sensibilidade moral” afirma o frei. O ensino Religioso como responsável pelo desenvolvimento de caráter está em segundo plano. “A prática do Ensino Religioso nas escolas, vai apenas acentuar os valores já centralizados no ser humano” conclui ele.

Saiba mais:
JESUS VAI À ESCOLA
Deus é um personagem como o Buzz Lightyear
Ensino Religioso Obrigatório

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A noite de São Luís não é mais a mesma! Os barzinhos agora têm música de qualidade

Por Rose Carvalho

Com apenas quatro meses de existência o Projeto Tempero Brasil já referencia nacional no cenário musical.

Idealizado pelo artista cantor e compositor Betto Pereira, o projeto está fazendo um som característico toda quinta a partir das 21h no bar e restaurante Kitaro-lagoa.

A banda Mina Negra é formada pela modelo e vocalista Alessandra de Queiroz, Jesse Fonseca no teclado e Marjone Tex na bateria.

O trio de músicos comanda a noite, mesclando a música popular brasileira e a música do Maranhão. O cardápio musical tem ritmos variados que vai de Gal Costa, Gilberto Gil, Rita Lee á Betto Pereira, Erasmo Dibell e João do Valle, a banda sempre mescla os sons do Brasil. Essa é a intenção do Projeto Tempero Brasil diz Betto Pereira.

O projeto recebe toda quinta feira um convidado diferente fazendo uma participação super especial, pelo palco do kitaro já passaram varias personalidades da Musica Popular Brasileira Produzida no Maranhão como: Chiquinho França, Erasmo Dibell, Cesar Nascimento, Ale e Luciana entre outros.

Tendo conhecimento deste projeto a apresentador Faa Morena do programa Ritmo Brasil que é exibido na Rede TV (nacional) veio a São Luis a convite do artista Betto Pereira e do apresentador Marcos Davi para fazer gravações das manifestações culturais do Maranhão como: Tambor de Crioula e o Cacuriá do laborarte. Os artistas Betto Pereira e Fauze Bayboun da banda Tribo de Jah também vão ser destaque em rede nacional.

A cultura do Maranhão é encantadora adorei todo o folclore. As gravações serão divididas em dois programas que será exibido nas próximas semanas diz a apresentadora Faa Morena.

Betto Pereira explica ainda que o projeto vai ser itinerante no ano de 2009. E fará intercambio cultural entre São Luis e outra cidades não só do Maranhão como também de outros estados do Brasil, sempre fortalecendo a cultura popular e divulgando os artistas.

Violência contra a mulher uma questão de denúncia

Por Ana Danielle Carvalho e Lauriane Gomes

Nos últimos anos a violência contra a mulher no Maranhão tem aumentado cada vez mais. Os casos mais freqüentes são agressões físicas e ameaças de morte. Muitas delas têm medo de denunciar seus agressores e segundo a Delegacia Especial da Mulher (DEM-MA), cerca de 10% delas retiram as queixas de seus parceiros.

A violência contra a mulher não escolhe raça e nem classe social, mas são as de classe média e baixa que denunciam com mais freqüência seu agressor.

Segundo Boanerges Aires Junior, comissário da Polícia Civil - DEM (Delegacia Especial da Mulher). No Maranhão são registradas 30 ocorrências por dia, só neste mês de novembro 400 casos de agressões foram contra a mulher. E durante o ano de 2008 são mais de dois mil e novecentos e vinte e oito casos de parceiros agressores que são intimados e somente são confirmados dois flagrantes por mês.

A cada ano o índice de violência contra a mulher vem aumentando e no Maranhão esse índice chega a ser assustador. Vânia Penha, investigadora de polícia (DEM-MA), explica que na segunda-feira são registrados inúmeros casos de agressões devido ao final de semana.

A lei
Com a lei Maria da Penha, aprovada em 2006, tornou o processo de punição aos agressores de mulheres penas mais dura. A lei presume que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada.

No Maranhão, existe uma casa de apoio que é filiada ao Tribunal de Justiça do Maranhão, que assegura mulheres que sofrem algum tipo de agressão e corre risco de morte. Esta instituição é sigilosa para que os agressores não tentem uma nova violência, ou seja, as mulheres e crianças são direcionadas a casa de abrigo pra que a sua integridade física seja totalmente resguardada.

Segundo a diretora do abrigo Sª, Raimunda Nonata Nascimento ela nos relata que, “A instituição tem como missão atender mulheres vítimas de violência doméstica e inseri-las novamente na sociedade”.

Hoje a casa abriga quatro mulheres e nove crianças, em sua estrutura tem profissionais da área de Serviço Social, Direito, Enfermagem, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e acompanhamento religioso.

Viver com um agressor em sua própria casa não é tarefa fácil, principalmente para quem não tem coragem de enfrentar e denunciar seu companheiro, pois a maioria das vítimas são dependentes,não tem instrução,às vezes um emprego e nem o apoio necessário da família .

A comerciante (L.B.G- 35 anos) ,descreve que por várias vezes foi agredida pelo seu marido e em todas as ocasiões ele estava embriagado. “Já até sair de casa com meus filhos, por não agüentar as humilhações”.

Denúncia
Toda mulher violentada física ou moralmente deve denunciar o agressor, pois existe a Delegacia de Defesa da Mulher, que recebe todas as queixas de violência contra as mulheres, investigando e punindo os agressores. A sede da Delegacia está localizada na Avenida Beira Mar, 534 - Centro e telefone para denuncia é o 0800 280 6060.

A Secretaria de Estado da Segurança Cidadã tem um programa que interliga todo o Maranhão, a queixa é feita através de um Boletim de Ocorrência, que é um documento necessariamente informativo. Todas as informações sobre o ocorrido visam informar a autoridade policial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações.

Saiba mais:
http://www.violenciamulher.org.br/
http://www.agenciabrasil.gov.br/
http://www.forumplp.org.br/
http://www.naoviolencia.org.br/
http://www.umsomundo.org/

Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=_VQz9uk5WkU
http://www.youtube.com/watch?v=VTZFR_GBG-8

Brasil sofre as conseqüências da crise financeira americana

Por Maira Schneider e Suellen Wolff

A crise financeira teve início em 2001 devido à baixa nas taxas de juros. Com isso, os norte-americanos aproveitaram a situação e refinanciaram seus imóveis pegando dinheiro em troca o que acabou gerando um aumento na procura e o valor teve recorde histórico.

Com o passar dos meses, a taxa de juros ficou mais alta e a atratividade do mercado imobiliário ficou menor. No ano de 2007, a crise imobiliária chegou até as bolsas de valores e as prestações dos imóveis por sua vez apertando e os americanos já não tinham mais dinheiro disponíveis para o consumo.

Diante da falta de dinheiro, os bancos americanos começaram a fechar as portas o que fez com o quê o crédito sofresse uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta.

Alguns comentadores de medias de referências, como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Bank for International Settlements, a British Financial Services Authorityh, o Financial Times estão muito preocupados e vivem advertindo contra as inovações financeiras.

Em maio de 2008, o número de bancos nos EUA que começaram a fechar suas portas chega a 90 e bate o recorde da crise em 2004.

Em agosto deste ano, a inflação dos EUA chega a 4,5%, a maior em 17 anos. Em outubro, a aprovação de um suposto pacote para amenizar a crise não foi suficiente para acalmar os temores dos investidores. Com uma medida emergencial para evitar uma desaceleração maior na economia, os EUA caíram em recessão, pois 70% do PIB americano é movido pelo consumo.

O Brasil ainda não sente todos os efeitos da crise financeira americana, na verdade, a economia brasileira cresce e o governo se torna mais popular batendo recorde nas pesquisas de opinião. No entanto, com a queda da BOVESPA e o forte balanço de pagamentos do país sofreu forte deterioração o que acabamos por perceber os sinais de fragilidade na economia do Brasil.


Para o economista Luis Fernando Silva, “A crise já era previsível”. Confira entrevista.

Links para textos relacionados
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL786970-9356,00-SEMANA+COMECA+COM+FORTE+TURBULENCIA+NOS+MERCADOS.html
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL785003-9356,00-LIDERES+EUROPEUS+SE+REUNEM+EM+PARIS+PARA+DISCUTIR+PLANO+CONTRA+CRISE.html
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL783736-9356,00-CAMARA+DOS+EUA+VOTA+AGORA+PACOTE+DE+SOCORRO+A+BANCOS.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG84990-8380-21,00-CRISE+FINANCEIRA+GERA+FORTE+ONDA+DE+SPAM+NOS+ESTADOS+UNIDOS.html


Matérias já publicadas sobre o assunto na web
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL787519-9356,00-CONHECA+O+HISTORICO+DA+CRISE+QUE+ATINGE+OS+MERCADOS.html
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL787428-9356,00-CONHECA+AS+MAIORES+CRISES+FINANCEIRAS+DA+HISTORIA.html
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL847482-9356,00.html

Vídeo

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Violência é igual a abuso, agressão, bestialidade, brutalidade, crueldade

Por Jenifer Rodrigues




O significado da palavra violência de acordo com o dicionário é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”. No aspecto jurídico, o mesmo dicionário define o termo como o “constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem; coação”.

A má distribuição de renda e o desemprego geralmente são os principais causadores da violência urbana. O Brasil passou a ser considerado um dos países mais violentos do mundo devido aos índices de assaltos, violência contra a mulher, violência contra crianças entre seqüestros e extermínios.

A violência urbana não consiste apenas em crimes físicos, mas, sim, em um desequilíbrio social que é a conseqüência de atitudes violentas como: pixações, depredações do espaço público, trânsito caótico entre tantos outros.

Existe a violência sexual, doméstica, contra mulher, violência física, violência moral, intrafamiliar e psicológica. Mesmo com esse sistema capitalista preconceituoso ainda existem pessoas que lutam para que a igualdade social se concretize na sociedade racista.



Desigualdade. Preconceito. Violência. Capitalismo. Sistema. Sociedade. É esse o ritmo da deste mundo globalizado.

Tendo observado esses ocorridos Thiago Araújo, professor de filosofia, montou um projeto chamado Erro no Sistema com o tema: violência. Buscando a ética humana, o respeito pela vida, justiça e amor ao próximo.

Esse trabalho é direcionado a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Esse trabalho já vem sendo realizado há três anos na escola que leciona. O tema deste ano foi voltado a violência de um modo geral.


Do dia 25/10 - 05/11 os alunos realizaram pesquisas de campo. O primeiro local visitado foi às praças do Centro Histórico de São Luís (Praça Deodoro, Praça da Alegria, Rua Grande, Praça João Lisboa e Praia Grande) com o objetivo de buscar a opinião da população a respeito da violência nos bairros através de questionários.

Esquadrão da Polícia Militar foi visitado visando entender o mecanismo de ação da polícia diante dos problemas sociais. Na Delegacia Especial da Mulher os alunos puderam contar com os esclarecimentos da Delegada Kazume referente às relações machistas e violentas que as mulheres sofrem na sociedade.

Kazume elucidou sobre a Lei 11.340 de 7 de agosto de 2006 mais conhecida como a Lei Maria da Penha. A delegada comentou com os alunos sobre casos de violências da capital, além de dizer aos alunos que é importante o respeito pelas diferenças.

A última visita foi ao CCN-MA para assistir uma palestra com a escritora Mundinha Araújo que juntos analisaram o racismo com uma das formas de violência na nossa sociedade, além de conversar sobre os 170 anos de Balaiada no Maranhão e o que essa revolta representou na vida do negro.

De Graham Bell a Steve Jobs: A evolução da telefonia

Mobilidade do celular revoluciona o mercado telefônico


Por Rafaela Lima

Liberdade, praticidade e mobilidade. Essas são as principais características do aparelho celular, invenção tecnológica que revolucionou a telefonia desde sua existência. Completando 25 anos de existência no Brasil, o aparelho celular não só implica dizer que se pode ligar de qualquer lugar, mas também, pode-se conectar a internet de qualquer lugar. Hoje em dia, as funções dos aparelhos são tantas, que a função de ligar fica apagada pelas outras. Somos tomados por funções como tirar e editar fotografias, acessar a internet, checar e-mails, editar documentos e até ouvir música como um mp3.

Evolução
Os celulares evoluíram bastante em seus modelos desde a sua criação. O primeiro modelo foi lançado pela Motorola, em 1983, e foi batizado como DynaTAC 8000X. O modelo tinha 30cm e pesava 1kg. Completamente diferente do hit do momento Iphone, modelo revolucionário da Apple, que tem tela touchpad e inúmeras funções de uso, além das já convencionais. No Brasil, a comunicação móvel só passou a funcionar em dezembro de 1990, no Rio de Janeiro.


Os primeiros aparelhos celulares só armazenavam 30 números de telefones e geralmente eram carregados nos carros, já que era muito pesado para ser carregado nas mãos. Suas baterias permitiam uma hora de conversação.

Em 1993, a IBM revolucionou o mercado da época e trouxe o Bell South/IBM Simon Personal Communicator, primeiro aparelho a integrar as funções de um telefone celular com PDA. Possuía calculadora, agenda telefônica, calendário, fax e um dispositivo de e-mails. Também, pesava apenas 500 gramas, muito mais leve do que os primeiros aparelhos vendidos pela Nokia, hoje líder neste segmento.


No fim dos anos 90, os aparelhos celulares começaram a ficar mais bonitos. Modelos como os Nokia 6160 e 8260, começaram a juntar serviço e beleza, trazendo aparelhos coloridos e com toques diferentes. A partir daí, o aparelho só evoluiu. Toques polifônicos e em mp3, câmeras de ultima geração integradas, serviço de e-mail e outras facilidades tornaram o celular um aparelho indispensável na vida do homem moderno.





Necessidade
Além de ser sinônimo de praticidade, o celular também significa necessidade. È muito comum ver pessoas se desfazendo do seu telefone fixo para ficarem com um, dois, ou até três aparelhos celulares, já que a necessidade de mobilidade é maior que ter um telefone fixo esperando por eles em casa.

Os usuários da telefonia preferem comprar vários aparelhos para aproveitar as promoções das operadoras de telefonia móvel. A operadora Oi, por exemplo, surgiu no mercado com a promoção que deixa os usuários falarem de graça nos finais de semana pelo período de 31 anos e teve uma adesão fora de controle pela operadora, que não imaginava que a promoção fosse tomar a magnitude que tomou. Houve uma época em que corria rumores de que a operadora iria cancelar a promoção, visto que seus usuários davam ‘prejuízo’ a eles falando desregradamente nos finais de semana. A TIM, que também possuiu o seu auge com a promoção de R$0,07 por minuto, atualmente resolveu aderir à moda dos bônus e dá até 400 reais para os seus clientes conversarem a qualquer momento, não só nos finais de semana. Os usuários abusam de promoções como essas e, com isso, economizam e movimentam o mercado ao mesmo tempo.
O engenheiro civil Luiz Roberto Lima, 54 anos, tem 3 celulares, com aparelhos simples. “Facilita muito a minha vida, pois viajo muito e alguns deles não funcionam em determinadas cidades, mas funcionam em outras, e assim por diante”, diz o engenheiro, que tem aparelhos simples, pois diz não saber usar tantas funções ao mesmo tempo. “Fico vendo meus filhos, que também tem dois aparelhos, mas que são cheios de funções e vivem com músicas e fotos diferentes no celular. Eu não preciso disso, só preciso ligar”, diz Luiz.

Alguns psicólogos têm estudado as influências e as transformações de comportamento dos adolescentes por causa da dependência que o celular vem causando nos jovens. A estudante de psicologia, Natália Coelho, diz que os celulares funcionam no cérebro dos adolescentes igual ao vídeo-game e ao computador. “Por isso os adolescentes se apegam tão fácil, mas também depende do sexo, já que a liberação de hormônios liberada no cérebro vai ser diferente em cada caso”, afirma Natália. “os meninos, por exemplo, tendem a gostar mais do vídeo game, pois estes liberam mais adrenalina, Já nas meninas, o efeito não é o mesmo. Percebe-se bem isto comparando a conta no final do mês: a conta das meninas sempre é mais cara, pois, para elas, é mais excitante ficarem antenadas nas amigas pelo telefone”, explica.



A adolescente Letícia Fecury, 16 anos, foi a primeira a ter um Iphone na escola em que ela estuda, em São Luís do Maranhão. Na época que o comprou, o celular nem tinha no Brasil pra vender, ainda. O pai de Letícia trouxe para a filha dos Estados Unidos, de presente e ela adorou. “Eu queria ter um, achei tão bonito, tão inovador... na época era novidade, não tinha nem no Brasil ainda. Uso quase todas as funções. Não uso o Youtube e nem o e-mail, mas o resto, uso tudo”, declara a estudante.


Mania sem fronteiras
O celular completa 25 anos de existência no Brasil e já quase ultrapassamos 60 milhões de usuários cadastrados nas quatro principais operadoras existentes no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, 74% dos jovens possuem aparelhos celulares, e cada vez mais jovens. Também, o celular é considerado uma tecnologia descartável hoje em dia, já que trocamos de aparelho anualmente, no mínimo. A necessidade de comunicação e a globalização influenciaram muito neste processo de transformação. Antigamente, levavam-se dias para comunicar qualquer tipo de notícia a qualquer destino que fosse, já que o mundo não contava com tantos recursos tecnológicos como hoje. Agora, é necessário apenas um toque no display e você liga do Brasil para a China, por exemplo. O telefone, juntamente com a evolução da internet, revolucionou o jeito que o mundo se comunica e que as notícias acontecem, já que tudo se tornou globalizado com o passar dos anos.

O engenheiro mecânico Bruno Ribeiro, 25 anos, usa três aparelhos celulares e diz que não pensa em diminuir pelo menos um mudando para um celular mp9, por exemplo, que pega dois chips simultaneamente. “Até onde eu sei, a tecnologia de aparelhos desse tipo não está consolidada e a dor de cabeça com esse tipo de produto é maior do que andar com três aparelhos no bolso”, desabafa ele, que trabalha com pessoas de diferentes estados, por isso a necessidade de tantos números. “Só uso como despertador, mando e recebo mensagens de texto e ligo. Mas do que isso, não”, declara Bruno.


Já o estudante Victor Rolim, de 23 anos, tem dois celulares para não perder as promoções do mercado. “Todo mundo tinha um celular dessa operadora e ficava mais barato falar com meus amigos”, afirma ele.


A portabilidade trará vantagens para o consumidor. Agora, é possível manter o mesmo número de telefone e trocar de operadora, o que facilitará a vida de empresários e clientes que querem trocar de operadora e economizar, aproveitando as promoções e movimentando ainda mais o mercado.

Mulheres apenadas no Maranhão

Como vivem as encarceradas na única unidade prisional feminino do Estado

Por Jocileidia Feitosa

Primeira unidade prisional inteiramente dedicada à custódia de mulheres apenadas. Um espaço construído e adaptado ao universo carcerário feminino. Sua instalação consolidar-se-á como um avanço no âmbito da execução penal por parte desse segmento, historicamente excluído das políticas públicas de modo geral e da política penitenciária, em particular. O Centro de Reeducação e Inclusão Social das Mulheres Apenadas do Maranhão (CRISMA) tem espaço para oficinas, berçário, cozinha, sala de aula, enfermaria, além da malharia do projeto “Pintando a Liberdade”.

O Crisma conta uma população carcerária de cinqüenta e nove detentas, com algumas inseridas no mercado de trabalho fora da unidade, e as demais exercem atividades profissionalizantes nas dependências do próprio centro. As mulheres reclusas recebem treinamentos profissionalizantes com profissionais de diversas áreas, dentre elas, bordado, artesanato, fábrica de embalagens, corte e costura, trabalhos com biscuit, além do mais conta com o coral formado pelas próprias detentas.

O governo tem lançado programas para que as mulheres em presídios não sofram mais além de preconceitos a elas. Os projetos como: APAC, que promove a reeducação dessas mulheres, além de oferecer oficinas para que as mesmas tenham uma nova profissão. No CRISMA, localizado na Av. dos Holandeses- Olho D´agua, com a direção da diretora Josiane Oliveira, que segundo a mesma tem trabalhado praticamente como o modelo APAC, até porque este método ainda não trabalhado no Maranhão. No CRISMA, a área de saúde está bem trabalhada com a encarregada de saúde a Sra. Fátima Botelho, que não deixa a desejar quando se fala da saúde de suas presas. No Centro de Reeducação e Inclusão Social de Mulheres Apenadas do Maranhão (CRISMA), é promovido, semana da saúde, festas comemorativas.

Movimentos a favor das mulheres encarceradas

Por Jocileidia Feitosa

As detentas conta movimentos como o CUFA que dar apoio as apenadas, promovendo à integração de atividades sócio-culturais em todo estado do Maranhão, objetivando a conscientização das comunidades carentes a cidadania no seu mais abrangente significado, obtendo assim da sociedade, uma maior atenção aos problemas sociais. Identificando e potencializando Grupos de Pessoas engajadas na luta diária contra as várias formas de violência e exploração.

A população carcerária feminina cresceu consideravelmente. Se estabelecermos um parâmetro comparando em números percentuais, os presídios de mulheres aumentaram para acolherem o número de encarceradas, aproximados 60% a mais que a masculina. Mesmo sendo uma estatística assustadora, as mulheres continuam representando uma parcela muito pequena da população carcerária brasileira, no entanto, muito diferente do que se esperava, e caminhando para um numerário ainda maior, contrariando o que poderíamos prever.
Este aumento de mulheres presas na última década se deu pelo grande número de condenações por posse, uso e tráfico de drogas. A pena de prisão teve sua origem nos mosteiros da Idade Média, "como punição imposta aos monges ou clérigos faltosos, fazendo com que se recolhessem às suas celas para se dedicarem, em silêncio, à meditação e se arrependerem da falta cometida, reconciliando-se com Deus". Essa idéia inspirou a construção da primeira prisão destinada ao recolhimento de criminosos, a House of Correction, construída em Londres entre 1550 e 1552, difundindo-se de modo marcante no Século XVIII.
Dos lares a prisão
Parte das mulheres que ingressam no Sistema prisional, já vem de um histórico obscuro, algumas nos próprios lares vítimas de maus-tratos ou abuso de drogas (próprio ou de familiares próximos). As dependentes químicas, que estão fora dos presídios, por não possuírem antecedentes criminal, nem infringido as nossas leis. A prisão, tanto pela privação da liberdade, quanto pelos abusos que ocorrem em seu interior, na maioria das vezes, ocasionados pelas próprias apenadas entre si, constitui mais um elo seqüencial de múltiplas violências, que acabam delineando a trajetória de uma parte da população feminina.
Bárbara Musumeci Soares e Iara Ilgenfritz escritoras do livro “Prisioneiras” comenta, que "Muitas mulheres não suportavam o peso das emoções e se entregavam a um choro silencioso. Muito se discute a situação dos presos no Brasil, mas poucos voltam seu olhar à parcela feminina dessa população. Chamar a atenção para essa miopia do poder público e da sociedade é o que pretendeu um estudo coordenado pela socióloga e antropóloga Bárbara Musumeci Soares e pela advogada Iara Ilgenfritz.
Filhos longe de suas mães
Após o período de aleitamento materno é um dos momentos mais dolorosos do cárcere feminino, pois os quatro ou seis meses que mães encarceradas permanecem com seus bebês, são diferentes da gestação e concepção extra grade. A prioridade em mantê-los integramente juntos, faz com que este tempo seja sagrado e único, pois a única certeza existente é que logo haverá um adeus, que em milhares de casos, será para sempre.
O Projeto de Lei 5917/05, do deputado Gilberto Nascimento (PMDB-SP), que altera a Lei de Execução Penal (Lei 7210/84) para garantir aos filhos de presidiárias o direito à amamentação por pelo menos quatro meses. É prevista a criação de áreas reservadas para berçários nos presídios.

Pacto Nacional "Violência contra a Mulher"

Por Jocileidia Feitosa

A Violência Contra a Mulher é uma iniciativa do Governo Federal, que lançou o Pacto Nacional, suas ações principais consistem na consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, incluindo a implementação da Lei Maria da Penha, a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e enfrentamento à feminização da Aids e outras DSTs, no combate à exploração sexual e ao tráfico de mulheres e na promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão.
Reduzir o índice de violência contra a mulher, é o principal objetivo deste projeto, que em conseqüência trará mudança cultural, proteger os direitos das mulheres em situação de violência principalmente às mulheres negras, indígenas e as que vivem no campo e nas florestas.

Superlotação e medicamentos, problemas principais nas unidades prisionais

Por Jocileidia Feitosa

No mês de abril do corrente ano, foram feitas inspeções realizadas pela Vara de Execuções Criminais (VEC) da capital, mediante à Resolução (nº 47/2008) do Conselho Nacional de Justiça, cumprida pela Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão, por determinação do corregedor Jamil de Miranda Gedeon. As inspeções percorreram várias unidades presidiárias, inclusive o Centro de Reeducação e Inclusão Social de Mulheres Apenadas (CRISMA), constatados além da superlotação cuja capacidade é 40 presas, faltam medicamentos básicos e ambulância.

O que ocorre nessas inspenções realizadas pelos órgãos responsáveis, não deixa de ser apenas casos de rotina, já que nenhuma providência é tomada. A superlotação continua, para levar tantas presas, sendo que as delegacias também estão superlotadas. Os medicamentos, materiais de limpeza, ambulância, esses são casos que a própria diretoria desse órgão vai solicitar para o resto da vida e não ser atendida. Infelizmente, o descaso dessas apenadas só vai acabar quando elas mesmas saírem pela porta que entraram.

A luta incansável das quebradeiras de coco babaçu

Por Rejanny Braga

As quebradeiras de coco conquistam o mercado de trabalho

As organizações das quebradeiras de coco, mulheres sofridas tanto pelo trabalho árduo quanto pela disputa da terra, têm levado a esses grupos dignidade e força para disputar mercado.

Além da organização, através de associações, tais instituições proporcionam assessoria técnica e articulação junto às famílias das quebradeiras em suas lutas política e ambiental. Esse trabalho tem contribuído para a redução das desigualdades nas relações de gênero, garantindo o livre acesso aos babaçuais e a inserção de mulheres nas discussões a respeito de projetos produtivos econômicos.

Com o objetivo de lutar pela causa dessas mulheres, surgiu o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que atua em quatro estados, onde há a ocorrência da palmeira do babaçu: Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí. Com esse movimento elas já conquistaram muito, como a fábrica de sabonete, extração de óleos especiais, fabricação de papel reciclado, farmácia viva e compotas de frutas.

Através das lutas no MIQCB as quebradeiras estão buscando garantir o controle das áreas e da produção, agregando valor aos produtos e visando a competição no mercado. Além disso, atualmente, estão buscando mobilizar representantes de governos federal, estadual e municipal para debater alternativas de desenvolvimento para as regiões de babaçuais.

No Maranhão, fica a matriz do MIQCB, em São Luís, e conta com três regionais, sendo uma na Baixada Maranhense (no município de Viana), outra no Médio Mearim (em Pedreiras) e Imperatriz.

O MIQCB ainda conta com sedes em Tocantins (Bico do Papagaio), Sudeste do Pará (São Domingos do Araguaia) e Piauí (Esperantina).

A luta pelo acesso aos babaçuais
O MIQCB tem sido o principal articulador na luta pelo acesso aos babaçuais. Para garantir o livre acesso das quebradeiras aos babaçuais, foi criada a Lei do Babaçu Livre, já aprovada a nível estadual. Devido a lei, as mulheres têm o direito de acesso aos babaçuais, mesmo que eles estejam em propriedades privadas. Além disso, a Lei também proíbe as derrubadas, os cortes de cachos e o uso de herbicidas.

Para as mulheres que sobrevivem da quebra do coco, essa foi uma grande conquista. "Antes a gente era sujeito a quebrar e depois de quebrar ainda enfrentar o fazendeiro e ainda o vaqueiro. Ir lá fazer o empecilho das derrubadas, então para a gente é uma mudança muito grande, muito embora economicamente a gente não sinta grande evolução, mas só o fato da gente dizer a palavra babaçu livre, para entrar e sair, coletar e quebrar, já é uma mudança grande", disse Maria Silva, quebradeira de coco há vinte anos.

A garantia de acesso e preservação dos babaçuais vai muito além da fonte de renda. Significa manter vivas suas tradições e o equilíbrio com o meio ambiente, já que o babaçu acaba impedindo que suas paisagens se transformem apenas em capinzais para o gado.

Saiba mais sobre a luta das quebradeiras de coco através do MIQCB.

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Sobre o Babaçu

Reggae: uma manifestação cultural e muito preconceito

Por Paula Lima e Reginaldo Rodrigues

Tranças Rastafári, roupas despojadas, cigarros de maconha e as cores vermelho, amarelo e verde, essas são características simbólicas dos amantes do Reggae, que também têm em comum pontos de vistas e opiniões, que às vezes se divergem no quesito, qual a melhor radiola ou melhor banda de reggae.

Desde que foi aceito como cultura ludoviscense, há quatro décadas, o reggae deixou de ser um estilo de “dança de negros dos guetos” e ganhou outros cantos da cidade, se expandindo por todo Estado. A partir de então o movimento tem tido conquistas jamais pensadas no início do movimento.

O reggae produzido em São Luís, hoje é referência em todo o Brasil, de onde também se destaca o jeitinho de dançar. Esses costumes são característicos e únicos e tornaram-se uma identidade cultural uniforme que existe por trás desse gênero musical.

As controvérsias do reggae como cultura local
Quando se fala em Reggae como cultura local, é preciso antes se perguntar o que é cultura e o que é Reggae. A cultura pode ser considerada de duas maneiras. Uma delas é aquela que envolve apenas manifestações artísticas, sobre as quais lemos nos cadernos de cultura dos jornais. A outra envolve comportamentos e pontos de vista compartilhados.

Para o Professor Fábio Abreu, estudioso do estilo e comportamento jamaicano, o reggae maranhense pode ser analisado como um tipo específico de música oriundo da Jamaica do final dos anos 60, ou como uma prática musical variada e muito mais abrangente. “Mesmo assim, o reconhecimento do Reggae como cultura é uma conquista”, disse.

Ainda um tanto quanto controverso, o reggae não é unanimidade em São Luís, considerada a Jamaica Brasileira, pelos amantes da música jamaicana. O mesmo codinome é rechaçado por muitos, que não aceitam o reggae como cultura local. “São Luís não pode deixar de ser a Atenas, para ser apenas Jamaica Brasileira, isso seria um retrocesso”, afirma Vagner Pereira, aposentado e saudosista dos tempos que a capital maranhense era conhecida como a cidade berço da cultura mundial.

O preconceito
O reggae ainda gera sentimentos diferentes para pessoas diferentes. Nas dezenas de clubes espalhados por São Luís, a maioria dos regueiros ainda são pessoas simples, oriundas das comunidades periféricas e somam-se a este grupo, pessoas que têm interesses e comportamentos em comum. O que muitos não sabem sobre o adepto do Reggae é que a maioria deste são trabalhadores braçais, empregadas domésticas, entre outros, que tem no Reggae uma maneira para acabar com o baixo astral de uma dura realidade, sem oportunidades e muito preconceito.

Considerado o embaixador do Reggae maranhense, Fauzi Baydoun, da Banda Tribo de Jah, conta que o movimento cultural chegou bem depois do movimento musical. “Quando cheguei criei a banda em 1987, comecei a difundi-lo por aqui, primeiro através da banda, mas, devido às agendas de show, tivemos que mudar para o centro sul do país, mas sempre buscamos motivos para retornar e beber dessa fonte que é o reggae de São Luís”, contou.

Ele também preconceito assim com tantas outras bandas. “No início as pessoas diziam ‘uma banda formada por um doido e um bando de cegos’. Nós superamos isso, porque o Reggae surgiu para lutar contra o preconceito. É uma cultura anti-racista”, enfatizou.

Confira a música “Regueiros Guerreiros”, da Banda Tribo de Jah

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Sobre o Babaçu

Por Rejanny Braga
“Do babaçu, tudo se aproveita”. Essa é uma frase comum na chamada região dos babaçuais, localizada na faixa de transição para a Floresta Amazônica. Com cerca de 18,5 milhões de hectares (algo equivalente a 75% do estado de São Paulo), sua área inclui terras de várias unidades da federação, principalmente do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Locais onde, para milhares de famílias, babaçu é quase um sinônimo de sobrevivência.
Da folha dessa palmeira, que pode chegar a 20 metros de altura e chega a produzir até 500 cocos a cada florada, faz-se telhado para as casas, cestas e outros objetos artesanais; do caule, adubo e estrutura de construções; da casca do coco produz-se carvão para fazer o fogo, e, do seu mesocarpo, o mingau usado na nutrição infantil; da amêndoa obtêm-se óleo, sobretudo empregado na alimentação mas também como combustível e lubrificante, e na fabricação de sabão.

Trata-se de uma atividade tradicionalmente feminina, muito cantada nas músicas das próprias quebradeiras de coco e indissociável do modo de vida de diversas comunidades da região, onde, diz-se, toda mulher foi, é ou será um dia quebradeira de coco. Há várias gerações, lá estão elas com um machado preso sob uma das pernas e um porrete de madeira na mão, arrebentando diariamente centenas de cocos para extrair as amêndoas.

Da palmeira do babaçu podem ser extraídos vários subprodutos, entre os quais a palha usada nos tetos das casas, o cofo (cesto em que armazenam os cocos, também conhecido por pacará) e até uma ração animal.

Babaçu como geração de renda

Por Rejanny Braga

O uso do babaçu pelas quebradeiras e comunidade rural, é enorme. Empregam o lenho como esteio e ripas nas construções de suas casas; as folhas são usadas em coberturas, paredes e na confecção de portas e janelas, pois são resistentes às chuvas. As paredes são muitas vezes construídas de palhas sobrepostas; as janelas e portas feitas de folha trançada.


Cotidianamente, as famílias rurais utilizam em sua alimentação o LEITE e ÓLEO DE COCO (extraído das amêndoas). Da casca do coco faz-se o CARVÃO, produzido em caieiras primitivas e torna-se combustível preferido das famílias por propiciar um fogo duradouro. As siderúrgicas o consideram de alto teor calórico. A palha é largamente usada na confecção de artesanatos como: esteiras, abanos, cofos, chapéus, peneiras, etc. Os talos retirados das folhas são utilizados para cercados de criações, cercas para hortas, estrados para canteiros e armazenagem de produtos.

Hoje, milhares de quebradeiras de coco vivem sobre o regime de economia familiar, por meio da extração do coco babaçu.

Quebradeiras: visando a competição no mercado

Por Rejanny Braga
Por mais difícil que seja a vida das quebradeiras de coco e de suas famílias, chama a atenção a forma como elas encaram a luta diária pela sobrevivência. Não há desânimo e, muito menos, lamentações. A auto-estima é elevada, e o orgulho pelo trabalho desenvolvido está sempre presente. Na verdade, o que inicialmente se apresenta como pobreza, traz consigo um rico processo de conquistas.

Se a luta atual é pela preservação do babaçu e pela melhoria das condições de vida, na década de 1980 era pelo direito de permanecer na terra. Se as condições de vida ainda não são as ideais, a maior diferença, hoje, é a perspectiva de um futuro melhor. E elas acreditam – e fazem com que os outros também acreditem – que esse futuro é totalmente possível.

Livre acesso aos babaçuais com a Lei do Babaçu Livre

Por Rejanny Braga

Nas regiões, com ocorrência do babaçu, é possível avistar, de qualquer ponto, as imponentes palmeiras que nascem espontaneamente. Isso não significa que o acesso ao babaçu seja tranqüilo. Uma das atuais lutas das quebradeiras de coco está relacionada ao fato de os fazendeiros das regiões limitarem ou mesmo impedirem que elas entrem em suas terras para fazer a coleta do coco.

Alguns fazendeiros também vinculam o acesso ao repasse de metade das amêndoas extraídas. Há ainda os que simplesmente derrubam as árvores e envenenam as pindovas (assim são chamadas as palmeiras em fase de crescimento). A alegação está sempre relacionada à necessidade de expandir o pasto para o gado.

Atualmente, a luta é tentar aprovar a Lei a nível federal. Um projeto de lei já foi encaminhado pela deputada Therezinha Fernandes, do PT do Maranhão, e aguarda tramitação há 14 anos.

Natal de São Luís ainda imune aos efeitos da crise financeira internacional

Comerciantes apostam no consumo nas festas de fim de ano

Por Marco Aurélio D’Eça

SÃO LUÍS – A pedagoga Lêda Lima dos Santos, 33, já está á procura dos itens das listas de presentes das pequenas Anne Rebecca e Ana Clara Lima. “Todo ano é assim. Em outubro, eu e meu marido pedimos a elas que elaborem a lista do Papai Noel. Então saímos às compras e, no Natal, já temos tudo comprado”, explicou ela. Crise econômica mundial? A pedagoga não demonstra preocupação com ela. “Viemos em um mundo virtual, onde as crises atingem as riquezas virtuais, de Bolsa de Valores. AQ economia real continua sua rota”, filosofa ela, tranqüila com o salário de funcionária pública e consultora.

Rua grande em dia de compra de fim de ano

Numa escala bem maior, o pensamento de Lêda Lima se repete também na rotina do empresário Paulo Sérgio Soares, sócio da rede Talentus Jeans, com cinco lojas na Rua Grande. “Nosso investimento nas festas de fim de ano foi todo feito ainda no mês de setembro. Nossa preocupação agora é incentivar o consumo. Por enquanto, seguimos tranqüilos, independente da quebra de bolsas e de bancos mundo afora”, diz ele.

Estes dois exemplos refletem a dicotomia entre a chamada vida real e a realidade construída nos meios de comunicação. O caos se formou no mundo inteiro a partir da crise imobiliária norte-americana, que já se refletiu nos bancos, nas seguradoras e agora na indústria automobilística. Isso aparece na TV e nas páginas de jornal e de internet. Nas ruas de São Luís o que se vê é um número de pessoas cada vez maior consumindo sempre mais.


Para a Associação Comercial do Maranhão, o Natal deste ano em São Luís deve apresentar um acréscimo nas vendas 10% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. “Existe uma crise? As empresas se prepararam para o Natal e a população tem respondido a este chamado. Devemos ter um natal importante”, avaliou o empresário Zeca Belo, presidente da ACM. (leia entrevista aqui)

A irmãs Rebecca e Ana Clara em shopping com decoração austera

Se o espetáculo do consumo deve se manter estável mesmo em meio à crise, o espetáculo das cores das festas natalinas parece ter sido suprimido do calendário de fim de ano das empresas.Os dois principais shoppings centers montaram uma decoração natalina um tanto espartana para mesmo para os padrões de São Luís. “É impressionante, mas a decoração deste ano parece ter sido feita apenas para que a data não passasse em branco. Faltou muita coisa”, reclamou a estudante universitária Maria Noelma Portela, em uma tarde de passeio pelo São Luís Shopping. Segundo o assessor de imprensa do shopping, Tony Melo, o problema se deu por causa do material de produção da decoração, que é todo importado. “De fato houve uma economia na decoração, haja vista que o material, quase todo importado, sairia caro demais, devido a alta do dólar. Aproveitamos muito do ano passado”, reconhece o assessor.

E o que dizer da ceia natalina? “Em nossa casa haverá a ceia tradicional que fazemos para toda a família”, afirma o jornalista Mathias Marinho, do GI portal (clique aqui para conhecer). “Este é o período de minhas férias. Nada vai impedir que eu possa aproveitá-lo ao máximo”, disse Marinho. “Sei que o preço das bebidas tende a subir, mas não posso abrir mão deste prazer”, afirma. A viagem de início de ano, em férias coma família, no entanto, o jornalista terá que adiar para 2010. É nestas viagens – geralmente ele conhece um país da América do Sul – que se pode perceber a quantas anda a crise internacional.

- por isso preferi adiar a deste ano – acautela-se o jornalista, que fiará em São Luís preparando um plano de negócio para o ano que vem. Com ou sem crise.

domingo, 30 de novembro de 2008

Novas emoções na Via Sacra 2009

Saiba tudo sobre os preparativos para a Via Sacra 2009 do Anjo da Guarda
Por Gina Lisboa
São Luís - A Via Sacra do Anjo da Guarda, periferia de São Luís é sem sombra de dúvidas uma das maiores montagens da Paixão de Cristo realizadas pelo país, sendo a segunda maior do nordeste.
O espetáculo é realizado pelas ruas do bairro há mais de 27 anos e já foi vista por mais de 1,5 milhões de pessoas, desde sua primeira apresentação em 1981.
Na edição de 2009, com o tema Segurança: questão de valor!, o Grupo Grita, realizador do evento, trará mais uma vez para o público um assunto baseado no tema da Campanha da Fraternidade da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
São mais de 100 famílias beneficiadas direta e indiretamente com o Projeto Via Sacra, que tem duração de 6 meses, o pontapé inicial foi dado no mês de agosto, quatro meses depois do encerramento do projeto de 2009, com a escolha do tema, elaboração do projeto, produção (captação de recursos), produção de textos, ensaios, gravações, oficinas e dois dias de apresentações.

“A Via Sacra hoje é um projeto com duração de 12 meses na verdade, nós do GRITA trabalhamos o ano inteiro para duas apresentações vistas por mais de 240 mil pessoas”, afirma Cláudio Silva, diretor geral do espetáculo e fundador do Grupo GRITA, sobre a dedicação do grupo na realização do evento. “São dezenas de reuniões, ficamos mais tempo no Teatro do que em casa, tudo em prol da comunidade e da resistência do teatro popular maranhense”, continua.
O Grupo GRITA está na fase de captação de recursos, encaminhando projetos e participando de reuniões com potenciais patrocinadores. “A grande dificuldade em conseguir parceiros para esse projeto, é que a cultura de uma forma geral ainda não é valorizada pelos empresários, é como se fosse um desperdício de dinheiro”, conta Cristiane Nascimento, da produção da Via Sacra.
O tema Segurança Pública dará mais uma vez ao grupo a chance de discutir e tentar coincientizar através da arte uma temática relevante para toda a sociedade. Partindo do presuposto que a violência atinge a todos, seja rico ou seja pobre, tenha estudo ou não.
“Aos poucos a comunidade do Anjo da Guarda está mudando suas características de um dos bairros mais volentos da capital maranhense, porque entidades e associações têm realizado ações que prestigiam jovens e adolescentes em situações de risco através do esporte, da dança popular e do teatro, e neste último o Grupo GRITA tem total responsabilidade através de projetos sociais e a Via Sacra é claro, que tem maior visibilidade e que gera emprego para esses jovens durante um período de 20 dias, nas oficinas, no elenco e na organização”, declara Renato Porto líder comunitário.

Estão faltando apenas 4 meses para a realização do evento e as próximas etapas serão os seminários internos e posteriormente com o elenco, conclusão do texto, seleção do elenco, gravações, ensaios e finalmente os dois dias do evento mais esperado pela comunidade da Área Itaqui-Bacanga.

O samba é bom! Melhor é Vieira

Por Ana Cely e Suely Moura

Simplicidade, sensibilidade e entusiasmo pela vida. É assim que pode ser definido o cantor e compositor maranhense Antonio Vieira que nasceu em São Luis no dia 09 de maio de 1920.

Aos 16 anos começou a se interessar por música e fez sua primeira canção, Mulata Bonita. Anos mais tarde escreveu o Poema Para o Azul, sua música preferida dentre as 325 que ele já compôs.

A simplicidade de Antonio Vieira é sua marca registrada e, é dela, inclusive, que vem a sua maior fonte de inspiração, pois as letras das suas músicas falam dos dilemas do homem comum, dos sofrimentos e das alegrias das pessoas simples. “Às vezes eu estou caminhando na rua e ouço as pessoas conversando... e uma frase, uma palavra solta no ar, mexe comigo de uma maneira inexplicável e me serve de inspiração para escrever.” Diz ele.

Apesar de Vieira ter começado sua carreira de compositor muito jovem, foi somente aos 60 anos que ele aprendeu a tocar violão, um instrumento do qual gosta muito, mas que jamais se preocupou em tocar de forma magnífica. Segundo ele, quem canta se preocupando em tocar bem o violão acaba perdendo a expressão de um sorriso, um gesto diferente ou um olhar emocionado das pessoas que o estão prestigiando.

O mestre Antonio Vieira está com 88 anos de idade e, embora muitas das suas canções ainda permaneçam ignoradas pelo grande público, ele, com certeza, já pertence, a um seleto grupo de artistas que terão suas obras imortalizadas na voz e no coração de todos os amantes da boa música.

Veja as fotos da entrevista

Confira os seguintes vídeos:
Vieira e o tempo
Vieira recitando o poema A Prece de Deus

Saiba mais
Biografia de Antonio Vieira
Entrevista com os compositores Antonio Vieira e Riachão

Poema A Prece de Deus

Mestre Antonio Vieira


Vieira e o tempo

Fotos da entrevista com o Mestre Antonio Vieira











A carreira de Antonio Vieira


Por Ana Cely e Suely Moura

Além de compor Antonio Vieira exerceu outras profissões durante a sua vida: já foi Diretor Administrativo de um hospital; serviu o Exército como Sargento; trabalhou na Rádio Timbira e hoje é apresentado com músico.

Em 1942, ele canta em público pela primeira vez com o quinteto Anjos do Samba. Em 1968, participa de um Festival de Música Popular e ganha o primeiro e segundo lugar com as músicas “Menino Travesso” e “Papagaio de Papel”.

Depois de 28 anos, o Mestre Vieira faz a sua primeira gravação, um compacto duplo chamado “Velhos Moleques”, que foi produzido por compositores maranhenses.

Teve indicação ao Prêmio Sharp em 1998, na categoria de melhor canção, com a música "Cocada", interpretada pela cantora maranhense Rita Ribeiro.

Em janeiro de 2001, Antonio Vieira fez um show magistral no Teatro Arthur Azevedo. Esse show intitulado “Antonio Vieira”, lotou o teatro por dois dias e teve convidados ilustres como Rita Ribeiro, Célia Maria, Elza Soares e Zeca Ballero.

Dono de um talento nato para a música,o Mestre Vieira soube aproveita o tempo para construir a sua extensa obra e toda ela é permeada de muita poesia, simplicidade e muito amor pela vida.

Poema Para o Azul

Mestre Antonio Vieira

MULATA BONITA

Mestre Antonio Vieira
Mulata bonita
Com laço de fita
E o corpo gingando
E sabe samba
Chinelas sem meia
Ela sapateia
Na roda de samba
Ela vai cantar
Machucando a gente
Com sua voz dolente
Com esses encantos
Ela me conquistou.

Doação de órgãos: um ato de amor e generosidade

Por Alice Albuquerque e Jackson Douglas
A doação de órgãos só existe através da conscientização, envolvimento e respaldo da população para reduzir o número de pessoas que esperam por um transplante. No entanto, muitas pessoas desconhecem ou mesmo não sabem como proceder diante de uma situação que requer a escolha de doar órgãos.
A doação de órgãos, além de um ato solidário, é a oportunidade de salvar a vida de pessoas portadoras de doenças crônicas e que dependem de um transplante para sobreviver.
A estudante Ingridiane Albuquerque, fala que é muito importante as pessoas serem doadoras. Ingridiane apesar da menor idade se considera uma doadora de órgãos, pois já deixou sua família ciente da sua decisão, caso lhe aconteça algo.

A doação de órgãos trata-se de um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado), existe também o transplante de tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (Receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. Através do transplante muitas pessoas podem ser salvas ou mesmo terem melhores condições de vida.

Um ato de superação, assim que médicos e especialista definem a doação de órgãos, pois no momento da morte de um ente querido os familiares encontram-se muito sensibilizados. Só um sentimento de solidariedade e a certeza de ter salvado vidas pode confortar o coração e diminuir a dor.

“Quando aconteceu foi um choque pra gente, mas eu nem esperei a comissão vir fazer a abordagem, quando constataram a morte cerebral do meu irmão eu fui até os médicos e avisei que ele era doador. O sentimento que fica é o de ter ajudado alguém, é confortante saber que existem pessoas que foram salvas pelo meu irmão, ele ajudou oito pessoas e eu sei que onde estiver, com certeza está feliz.”. Assim procedeu a enfermeira Maria Eliane Savegnago que doou os órgãos do irmão.

A retirada de órgãos só acontece depois de constatada a morte cerebral do paciente, enquanto o coração continua pulsando e mantendo a irrigação sangüínea do corpo. É importante saber que a função da equipe médica e o seu objetivo é salvar vidas e a doação dos órgãos só será cogitada quando realmente a morte cerebral for verificada.

Por que existem poucos doadores?
A morte ainda hoje é um assunto temido por muitos, o tema “doação de órgãos” acaba sendo evitado em vida.

A atitude de para quem quer doar seus órgãos continua sendo comunicar aos familiares em vida sobre esta vontade, pois todos podem ser doadores desde que família autorize.

O maior medo que os familiares têm é de que o paciente não esteja realmente morto. É muito difícil ver o corpo corado, quente, com o coração pulsando e ter de se convencer que a pessoa não está mais lá.

A Administradora, Zima Amorim, fala que não se considera doadora, pois antes não havia informação, faltavam campanhas e divulgações que abordassem a importância deste tema. Zima, diz ainda que antes não se falava tanto em doação como nos dias atuais e devido a questões culturais ainda não amadureceu a idéia de doar ou não seus órgãos.

Já o médico onco-hematologista Gustavo Vilella, especialista em transplante de células-tronco do sangue (como medula óssea e sangue do cordão umbilical), diz que pessoalmente, sempre incentivou a doação de órgãos. Como prova recentemente perdeu seu avô, e sua família doou suas córneas, as únicas coisas que ele poderia dispor. “Meu avô viveu sempre fazendo o bem aos outros. E permitimos que ele fizesse o bem até o final da vida”. Vilella acredita que acima de tudo, a mudança de conscientização é um benefício que retorna para a própria sociedade.

Quando é hora de doar?

Por Alice Albuquerque e Jackson Douglas
A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feito em vida. Em geral são doadoras as pessoas que se encontram em situação de morte encefálica e as famílias autorizam a retirada dos órgãos.

A morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. A morte propriamente dita.
Após a decisão da família testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptor. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.

Um único doador tem a chance de salvar, ou melhorar a qualidade de vida, de pelo menos 25 pessoas. Os órgãos mais usados são:
2 rins
2 pulmões
coração,
fígado e pâncreas,
2 córneas
3 válvulas cardíacas
ossos do ouvido interno
cartilagem costal
crista ilíaca
cabeça do fêmur
tendão da patela
ossos longos
fascia lata
veia safena
pele.

Mais recente foram realizados transplantes de uma mão completa.
Transplante não é cura, mas um tratamento que pode prolongar a vida ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas que não tem nem mais esperança.