segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sobre o Babaçu

Por Rejanny Braga
“Do babaçu, tudo se aproveita”. Essa é uma frase comum na chamada região dos babaçuais, localizada na faixa de transição para a Floresta Amazônica. Com cerca de 18,5 milhões de hectares (algo equivalente a 75% do estado de São Paulo), sua área inclui terras de várias unidades da federação, principalmente do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Locais onde, para milhares de famílias, babaçu é quase um sinônimo de sobrevivência.
Da folha dessa palmeira, que pode chegar a 20 metros de altura e chega a produzir até 500 cocos a cada florada, faz-se telhado para as casas, cestas e outros objetos artesanais; do caule, adubo e estrutura de construções; da casca do coco produz-se carvão para fazer o fogo, e, do seu mesocarpo, o mingau usado na nutrição infantil; da amêndoa obtêm-se óleo, sobretudo empregado na alimentação mas também como combustível e lubrificante, e na fabricação de sabão.

Trata-se de uma atividade tradicionalmente feminina, muito cantada nas músicas das próprias quebradeiras de coco e indissociável do modo de vida de diversas comunidades da região, onde, diz-se, toda mulher foi, é ou será um dia quebradeira de coco. Há várias gerações, lá estão elas com um machado preso sob uma das pernas e um porrete de madeira na mão, arrebentando diariamente centenas de cocos para extrair as amêndoas.

Da palmeira do babaçu podem ser extraídos vários subprodutos, entre os quais a palha usada nos tetos das casas, o cofo (cesto em que armazenam os cocos, também conhecido por pacará) e até uma ração animal.