domingo, 30 de novembro de 2008

Doação de órgãos: um ato de amor e generosidade

Por Alice Albuquerque e Jackson Douglas
A doação de órgãos só existe através da conscientização, envolvimento e respaldo da população para reduzir o número de pessoas que esperam por um transplante. No entanto, muitas pessoas desconhecem ou mesmo não sabem como proceder diante de uma situação que requer a escolha de doar órgãos.
A doação de órgãos, além de um ato solidário, é a oportunidade de salvar a vida de pessoas portadoras de doenças crônicas e que dependem de um transplante para sobreviver.
A estudante Ingridiane Albuquerque, fala que é muito importante as pessoas serem doadoras. Ingridiane apesar da menor idade se considera uma doadora de órgãos, pois já deixou sua família ciente da sua decisão, caso lhe aconteça algo.

A doação de órgãos trata-se de um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado), existe também o transplante de tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (Receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. Através do transplante muitas pessoas podem ser salvas ou mesmo terem melhores condições de vida.

Um ato de superação, assim que médicos e especialista definem a doação de órgãos, pois no momento da morte de um ente querido os familiares encontram-se muito sensibilizados. Só um sentimento de solidariedade e a certeza de ter salvado vidas pode confortar o coração e diminuir a dor.

“Quando aconteceu foi um choque pra gente, mas eu nem esperei a comissão vir fazer a abordagem, quando constataram a morte cerebral do meu irmão eu fui até os médicos e avisei que ele era doador. O sentimento que fica é o de ter ajudado alguém, é confortante saber que existem pessoas que foram salvas pelo meu irmão, ele ajudou oito pessoas e eu sei que onde estiver, com certeza está feliz.”. Assim procedeu a enfermeira Maria Eliane Savegnago que doou os órgãos do irmão.

A retirada de órgãos só acontece depois de constatada a morte cerebral do paciente, enquanto o coração continua pulsando e mantendo a irrigação sangüínea do corpo. É importante saber que a função da equipe médica e o seu objetivo é salvar vidas e a doação dos órgãos só será cogitada quando realmente a morte cerebral for verificada.

Por que existem poucos doadores?
A morte ainda hoje é um assunto temido por muitos, o tema “doação de órgãos” acaba sendo evitado em vida.

A atitude de para quem quer doar seus órgãos continua sendo comunicar aos familiares em vida sobre esta vontade, pois todos podem ser doadores desde que família autorize.

O maior medo que os familiares têm é de que o paciente não esteja realmente morto. É muito difícil ver o corpo corado, quente, com o coração pulsando e ter de se convencer que a pessoa não está mais lá.

A Administradora, Zima Amorim, fala que não se considera doadora, pois antes não havia informação, faltavam campanhas e divulgações que abordassem a importância deste tema. Zima, diz ainda que antes não se falava tanto em doação como nos dias atuais e devido a questões culturais ainda não amadureceu a idéia de doar ou não seus órgãos.

Já o médico onco-hematologista Gustavo Vilella, especialista em transplante de células-tronco do sangue (como medula óssea e sangue do cordão umbilical), diz que pessoalmente, sempre incentivou a doação de órgãos. Como prova recentemente perdeu seu avô, e sua família doou suas córneas, as únicas coisas que ele poderia dispor. “Meu avô viveu sempre fazendo o bem aos outros. E permitimos que ele fizesse o bem até o final da vida”. Vilella acredita que acima de tudo, a mudança de conscientização é um benefício que retorna para a própria sociedade.