sábado, 29 de novembro de 2008

Uma janela para o espaço

Com importância estratégica, o Centro de Lançamento de Alcântara completa 25 anos de olho no futuro

Por Maurício Araya

São Luís – Em 1971, o Brasil entrou na Era Espacial, com a criação do Grupo Nacional de Atividades Espaciais. Mas foi em março de 1983 que o país deu um importante passo para a consolidação do seu projeto espacial, com a criação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Em seus 9,3 mil hectares, o CLA conta com estrutura de última geração, com prédios que abrigam os setores de Telemedidas, Rastreio, Meteorologia e Preparação de Propulsores.

O local é estratégico: a pouco mais de 2 graus da linha do Equador, o lançamento de foguetes daqui é mais econômico do que de outros centros de lançamento (Confira o vídeo da matéria). Em 1989, começaram as operações de lançamento, com a Operação Pioneira, onde foram lançados 15 foguetes de pequeno porte. Em 25 anos de existência, já foram realizados 445 lançamentos.

O objetivo do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) é projetar, desenvolver, construir e operar satélites para serem colocados em órbita por foguetes de fabricação nacional. A expectativa da Agência Espacial Brasileira (AEB) é lançar, em 2011, o quarto vôo do foguete brasileiro VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites). Três tentativas já foram feitas (em 1997, 1999 e 2003), mas não lograram êxito.

A localização estratégica chamou a atenção dos estrangeiros. Um pacto de cooperação espacial entre Brasil e Ucrânia também prevê, para 2010, o lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4. Para isso, o presidente da AEB, Carlos Ganem, anunciou, no último dia 27, investimentos de R$ 300 milhões no CLA. Com o pacto, o Brasil se beneficia do conhecimento tecnológico e da estrutura que será construída pelos ucranianos no território do CLA.

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