domingo, 30 de novembro de 2008

Casos de doação que se destacaram e foram exemplos de superação

Por Alice Albuquerque e Jackson Douglas
As campanhas de doação de órgãos tentam incentivar as pessoas em vida a serem doadoras. Sabe-se que muito ainda preciso ser feito, falta investimento do governo, falta conscientização da população, falta infra-estruturar. Todavia, o que deve ser trabalhado na sociedade é simplesmente a conscientização e o espírito solidário.
Alguns casos ficaram famosos de famílias que doaram os órgãos dos seus entes queridos, mesmo diante da situação dolorosa de perda. Foram famílias que ajudaram a salvar vida de muitas pessoas, situação que merecem destaque e que sirvam de exemplo e lição de superação.
Caso Eloah Cristina
A jovem Eloah Cristina, seqüestrada e morta pelo ex-namorado no dia 17 de outubro em Santo André. Após a confirmação da sua morte cerebral, a família autorizou a doação de órgãos. Coração, fígado, pulmões, rins, pâncreas e córneas foram retirados com sucesso. Entre os receptores, a paraense Maria Augusta dos Anjos recebeu um coração novo no dia em que completava 39 anos. Emerson Dardis, de 25, ganhou novo rim e pâncreas.

Além dos benefícios diretos com os transplantes, Eloah e seus familiares ensinaram várias lições. A primeira delas é sobre o valor da vida. Eles fizeram viver e melhoraram a vida de muitos. A grandeza desse gesto é a maior lição.

Caso João Roberto
João Roberto, ia completar 4 anos no dia 29 de julho de 2008, estava com um irmão e sua mãe ao volante do carro da família, que foi metralhado por PMs que confundiram o carro de cor escura com o veículo ocupado por bandidos em fuga pelas ruas da Tijuca, bairro de classe média do Rio. Após, constatada a morte cerebral de João, os aparelhos que o mantinham vivo foram desligados diante de seus pais, que autorizaram a doação dos órgãos. Infelizmente só as córneas do menino foram ser aproveitadas.

Caso Geisa Gonçalves
O caso mais dramático de seqüestro de ônibus foi o do 174, linha Gávea – Central, no dia 12 de junho de 2000, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Na troca de tiros o policial do BOPE acertou de raspão o seqüestrador que revidou e acertou a refém Geisa Gonçalves. A jovem professora de 20 anos foi usada como escudo pelo seqüestrador Sandro, depois de passar horas sob a mira de um revólver o resultado desse drama foi à morte de uma inocente. Seus órgãos foram doados.
Gestos solidários das famílias dessas vítimas foram capaz de dar esperança e melhor qualidade de vida a pessoas que viviam a espera de um milagre.