sexta-feira, 20 de junho de 2008

Estado Crítico

Por Jenifer Rodrigues

O Maranhão está entre os dez primeiros Estados brasileiros com o maior número de municípios do país, 217, sendo que, muitos destes se emanciparam no ano de 1996.


A população maranhense possui carência na área da saúde, educação, saneamento básico e segurança, entre outros fatores importantes para um vida um pouco mais digna.

Políticos criam a idéia que se a cidade passar por um processo de emancipação muitas "coisas" (saúde, educação, segurança) irão melhorar. Será? Não será apenas mais uma jogada política? Essas são dúvidas que todos temos, não apenas a humilde população rural que é tratada como meros fantoches nas mãos destes "homens com poder".

Após uma visita aos municípios de Turilândia e Presidente Sarney, que pertenciam a Turiaçu e Pinheiro, respectivamente, ficaram as questões: a cidade "cresceu" por que tinha que crescer, por sorte administrativa, ou conseqüência de uma boa emancipação? Claro que não vamos ser hipócritas ao ponto de negar que a emancipação é uma forma de "progresso" que a população maranhense quer, pois o Maranhão é um dos Estados com pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país.

Como um Estado com contribuição de 0,9% no PIB nacional pode pensar em emancipar mais 101 municípios, se os já existentes vivem em situações precárias? São municípios sem escolas, cartórios, agências bancárias, água potável, entre outros tipos de serviços essenciais para a sociedade.

Não estou aqui para dizer que o Maranhão não pode seguir o exemplo de outros Estados fazendo mais pedidos para novas emancipações, mas, sim, reavaliar o "estado crítico" dos muitos municípios já emancipados. Preocupar-se em encontrar soluções e aplicá-las pensando no bem-estar da população.

As conseqüências de uma má-emancipação são notórias, principalmente sobre a população rural. Este jogo de interesse político e financeiro é favorável apenas para os ditos "políticos" que são eleitos pela grande massa.

É visível o Estado como as pessoas sobrevivem nestes municípios. As escolas, por exemplo, disponibilizam um ensino básico precário. Os hospitais realizam um atendimento de péssima qualidade. E o que dizer da infra-estrutura? É totalmente vergonhosa. É esse o "bem-estar" que a população de baixa renda merece? Certamente não, porque isso é o verdadeiro EGOÍSMO humano à flor da pele. Aspectos como esses devem ser levados em consideração para analisar a evolução de um município.

Muitos Estados utilizam a emancipação para um benefício político (bem privado) e nao pensando em solucionar ou ajudar em alguns problemas da população (bem coletivo). Podemos comparar um município emancipado com um relacionamento amoroso. No início, são flores e, depois, são só dores.